Hoje, o site do Geotec inicia um novo projeto de publicação de notícias: "Memória Geotec". O intento é trazer momentos de vivências em atividades, sejam de ensino, pesquisa e/ou extensão. Assim como o resgate e transcrições de publicações em informativos e matérias jornalísticas.
E começaremos com algo que muito nos orgulha, já que o Núcleo de Estudos e Práticas em Educação e Inovação Tecnológica do Campus Cuiabá (Artífices), através do Laboratório de Geotecnologias Aplicadas (Geotec) desenvolveu o primeiro projeto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) gerenciado pela Fundação de Apoio e Desenvolvimento da UFMT e do IFMT (Fundação Uniselva). O mesmo consistia em monitorar e mapear, com sensores multiespectrais e termográficos, o ataque de uma praga que causa danos à produtividade do algodão, assim como o monitoramento de estresse hídicro na mesma cultura agrícola e tinha como instituição parceira demandante o Instituto Mato-grossense de Algodão e a Universidade Federal de Mato Grosso como parceria insitucional.
A seguir a transcrição da publicação feita no informativo da Fundação Uniselva n° 44 (janeiro/fevereiro 2019) por sua equipe de redação:
Primeiro projeto do IFMT apoiado pela Uniselva realiza pesquisas em lavouras algodoeiras
É do Núcleo de Estudos e Práticas em Educação e Inovação Tecnológica, mais conhecido como Núcleo de Artífices, o primeiro projeto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) sob gestão administrativa e financeira da Fundação Uniselva no âmbito da parceria firmada entre a instituição e a entidade.
O Núcleo, localizado no campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva, agrega laboratórios que desenvolvem atividades indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão, entre eles o Laboratório de Geotecnologia Aplicada (Geotec), onde esta alocado o projeto de pesquisa Monitoramento de Fitoparasitas e Estresse Hídrico, com uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas e Sensoriamento Remoto Multissensorial, na cultura de Algodão em Mate Grosso.
O projeto e financiado pelo Instituto Mato-grossense do Algodao (IMAmt), por meio de convênio firmado com o IFMT e a Fundação Uniselva, e tem os professores Roberto Souto, Robson Pereira, Thiago Statella e Paulo Morais na coordenação das atividades em campo e nas dependencias laboratoriais.
Consiste em monitorar e mapear com sensores multiespectrais e termográficos (parecidos com câmeras) aclopadas a VANTs (veículos aéreos não tripulados) o ataque de uma praga - nematoides parasitas - que entra no sistema radicular (as raízes, orgão responsavel pela fixação dos vegetais e pela absorção de água e sais minerais) das plantas e suga os nutrientes, causando grandes danos à produtividade do algodão.
"Existe uma demanda e é necessário que os agrônomos saibam exatamente qual a intensidade desses ataques e onde ocorrem para que eles possam intervir com correções agronômicas e tratamento de solo”, explica Roberto.
Os experimentos são feitos em áreas testes e comercial montadas pelo IMAmt em Sorriso e Campo Verde, conforme detalha outro pesquisador envolvido no projeto, professor Robson Pereira."Saímos de madrugada, chegamos ao campo por volta das 9h e começamos a preparar os drones - montagem e sincronização.
"Fazemos voos nos pontos de controle georreferenciadas por GPS, com precisão centimétrica, são cerca de 30, trocamos os sensores e colocamos os drones no ar
novamente”, conta Robson, mestre em Engenharia Mecânica. Também sao feitas amostragens de solo. Cada ida a campo dura,em média, três dias.
As imagens captadas são pré-processadas em laboratório, onde as melhores são separadas e unidas por um software. Elas passam ainda por correções, calibração, padronização e radiometria. Feito isso as imagens estão prontas para serem analisadas e extraídas as informações.
Trajetoria - Os professores contam que os históricos do projeto e do Geotec estão entrelaçados e remontam a 2014 quando o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou chamada pública para projetos cooperados entre institutos federais e instituições parceiras demandantes, com foco em pesquisa aplicada, desenvolvimento e inovação (PD&I), visando a solução de problemas reais do setor produtivo.
"Entao, nos procuramos o IMAmt e propusemos trabalhar o monitoramento de agricultura com veículos aéreos não tripulados, os VANTs. Essa proposta, submetida e aprovada na chamada, vigorou ate o final de 2017 e foi o embrião do projeto com a Uniselva”, conta Roberto, mestre em Geografia.
Ele acrescenta que "o projeto [do edital do CNPq] serviu para nos estruturarmos e começar a dar resultados mais consolidados”. Enquanto instituição parceira
demandante da proposta, o IMAmt manifestou vontade em dar continuidade a pesquisa. "O final das atividades desse primeiro projeto culminou com a notícia de que a Uniselva seria a fundação de apoio do IFMT.
"Corremos para formalização do convênio e, como foi o primeiro projeto dessa parceria IFMT/Uniselva, foi um pouco trabalhoso. Cumpridos todos os trâmites burocráticos na estrutura organizacional do Instituto Federal, nós entramos com a expertise e alguns equipamentos e o IMAmt financia todo custeio da pesquisa e da suporte técnico na area agronômica", esclarece Roberto.
IFMT e UFMT, cooperação em Rede
Para permitir colaborações na execução do projeto e possibilitar o intercâmbio de professores e estudantes na pesquisa, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) celebraram um Termo de Cooperação em Rede, sob consultoria da Assessoria Jurídica da Uniselva.
No projeto de pesquisa Monitoramento de Fitoparasitas e Estresse Hídrico, com uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas e Sensoriamento Remoto Multissensorial, na cultura de Algodão em Mato Grosso, por exemplo, os professores do Departamento de Geografia do Instituto de Geografia, História e Documentação (IGHD-UFMT), campus Cuiabá, Peter Zeilhofer e Cleberson Jesus atuam na análise estatística e classificafao de imagens e no estudo de aplicabilidade da termografia.
Além disso, a equipe do projeto é composta por bolsistas e voluntários das duas instituições federais de ensino superior. Também o professor do IFMT Paulo Henrique Morais, graduado em Engenharia Elétrica pela UFMT, esta no Programa de Pos-graduação em Física Ambiental da mesma instituição. Em sua pesquisa
de mestrado, ele busca criar e aperfeiqoar sensores no solo que permitirá relacionar com as imagens dos VANTs.